quarta-feira, 30 de junho de 2010

Crônica: E viva a mulherada!


Diria uma gaúcha, amiga minha, que a Kathryn Bigelow lavou a alma da mulherada "de cabo a rabo". Claro que outra amiga ficaria indignada com a expressão chula, nada própria para a boca de senhoras de boa estirpe. Mas danen-se as certinhas, a Bigelow foi lá e abiscoitou todos os prêmios interessantes do Oscar deixando o ex-marido debaixo do chinelo.
Não vi nenhum dos dois filmes e não se verei antes de passarem na TV, porque dei aquele aparelhinho neurótico de DVD pras netas.
Mas o Oscar me fez lembrar uma fase da minha vidinha de tantas décadas na qual entrei em guerra com a gangue familiar porque "inventei" de fazer vestibular, depoi de ter feito cursinho, o uqe quase levou todos à loucura. E contra o tempo e contra o vento, fiz e passei em doi vestibulares, uma vez que já estava do embalo mesmo.
Mesmo assim, a família continuou eslouquecida até a formatura em biblioteconomia, pois ninguém acreditava que eub realmente queria estudar e não fugir dos compromissos de uma senhora casada. Tive de cumprir três turnos por dia: faculdade, trabalho e a casa depois das oito horas da noite, até quando aguentasse.
Então, fiquei, pela primeira vez na vida, vendo o seu Oscar até o fim, vibrando a cada prêmio ganho por "Guerra ao Terror". Não pelos filmes em si, que já cansei de filme de guerras e de quem manda gente pras guerras.
Fiquei torcendo por aquela mulher bonita, comprovadamente inteligente que esstava emocionada e acho que nem acreditando naquilo tudo. Tão felizquanto ela e com o olharzinho de vingança faminina, estava Barbra Streisand, que anunciou o prêmio. E a surpresa do Tom Hanks, ao anunciar o outro antes que ela voltasse ao lugar.
Cuiden-se guris, a mulherada está emparelhando com você na cancha reta! Não que eu não goste de guris, até gosto, mas ter visto aquele espetáculo foi a glória. Até me lembrei do hino do Internacional -"Glória do desporto nacional...".
A mulherada merece. Palmas pra elas!
(Mary Bastian)